Criado por brasileiro, 'supervideogame' tem mais de 7 mil jogos de 21 consoles
- grupojed
- 10 de mar. de 2016
- 2 min de leitura

Em algum momento entre 1997 e 1998, juntei R$ 35 para comprar uma fita do jogo “Ronaldinho Soccer 97” para Super Nintendo. Cansado de gastar alguns trocados com a locação da fita semanalmente, resolvi finalmente adquirir o game. Antes de fechar a compra, no entanto, fiquei em dúvida entre o jogo futebolístico ou o clássico “Super Mario World”, já que os jogos eram do mesmo preço. Ter que levar apenas um para casa foi uma verdade “Escolha de Sofia” para uma criança de sete anos.
Se tivesse nascido anos depois, poderia juntar minha mesada e comprar o SNES PC, videogame brasileiro criado por Herculles Cassiano, 25 anos, dono de uma loja de videogames em São Paulo. A invenção utiliza o microcomputador Raspberry Pi para emular 21 plataformas de jogos – entre elas, Super Nintendo, Atari, Nintendo 64, Playstation, MAME, Game Gear, Game Boy, entre outras – com mais de 7 mil títulos ao todo. O produto é vendido por R$ 1.199 com dois controles e já com os jogos instalados.
A ideia de criar um supervideogame nasceu com o sucesso da modificação de máquinas de fliperama. Essas, por serem maiores, permitem o uso de computadores comuns com sistema Hyperspin. Para as telas, são usados televisores de 19 polegadas. “Levamos três dias para fazer a primeira máquina. O mais complicado foi configurar o sistema”, conta. As carcaças são fornecidas por uma empresa parceira da loja. Assim, cada máquina é vendida por R$ 1.999 já com os jogos e emuladores instalados de acordo com o Facebook da empresa.
A página da loja na rede social é o principal canal de divulgação dos produtos e já tem mais de 150 mil curtidas. Um dos vídeos mostrando o produto ultrapassou a marca de 18 milhões de visualizações. É por lá, também, que a loja sofre elogios e críticas, sendo as principais por causa do preço cobrado pelo produto. “Minha margem de lucro é de 30% em cima do valor do produto”, revela o empreendedor que recebe cerca de 30 pedidos por mês e ainda fez um vídeo desabafando sobre as críticas de que estaria supervalorizando o produto.
Outra inspiração veio ao assistir vídeos na internet que mostraram para Herculles um projeto semelhante sendo feito nos Estados Unidos, mas utilizando um computador comum. Depois de julgar que o custo de produção ficaria elevado demais se utilizasse o mesmo equipamento, o técnico em eletrônica resolveu experimentar com o microcomputador.
A produção inicial do SNES PC foi trabalhosa. “Foram 15 dias de testes acertando e errando na produção. Uma época fiquei cerca de cinco noites sem dormir para fazer o produto funcionar”, recorda. Além da instalação do computador, ele revela que precisou inserir adaptadores para os controles (que podem usar os controladores clássicos do console ou até componentes mais modernos e sem fio) e um cartão microSD de 16 GB, além dos cabos HDMI e de eletricidade. A interface foi produzida pela RecalBox e é disponibilizada gratuitamente no site da empresa.
Fonte: OLHARDIGITAL
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